Chiko Kuneski
Escrevi pela primeira
vez uma crônica pelo título. Acho que estou deixando de ser jornalista para
viver de economia. Ou de economias.
O locutor foi
categórico: “o segundo lugar no brasileirão vale R$ 6 milhões”. E continuou... “o
terceiro lugar R$ 4 milhões”. Não falou do campeão (prêmio de R$ 10 milhões).
Meus meros reais suados
no dia-a-dia para comprar um ingresso e ir a campo, ou adquirir o direito de
ver e ouvir tudo isso “por tubo”, são insignificantes. O torcedor nada mais
importa. O jogador é para se expor, se exportar, se importar ou se deportar. O
torcedor para pagar.
Somos brasileiros, torcedores
, cada um com suas cores, com suas alegrias, alegorias e suas dores, os milhões
que viraram milhões. O futebol virou
negócio. Negociável. Não é mais a conquista. A medalha. A marca no peito. O
qualitativo é quantitativo.
A glória da conquista está
no banco. Nos bancos fora de campo. A firula é contábil. O drible jurídico. O passe
pagável. Já falta “pão e circo” nas modernas arenas. Nada mais é de graça. A
desgraça chegou ao seu limite: do orgulho desfeito.