quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Pra que a bola?



Antes mesmo dos ingleses criarem as regras e normatizarem uma forma de disputa que imitava as batalhas na conquista territorial, já se fazia o uso lúdico da bola. A bola, seja de que material, tamanho ou estrutura for, encanta o homem. Talvez porque vivemos numa espécie de bola. A Terra é redonda. A bola é redonda. O futebol, nem sempre.

 

Às vezes imagino o futebol sem a bola. Mais lúdico do que a disputa a chutes pelas formas redondas da principal cobiça desse esporte. Às vezes acho que o futebol sem bola ficaria mais intuitivo, mais plástico, mais mágico. Essa ideia me vem quando assisto a jogos onde a bola sofre com a falta de jeito, de talento, de cuidado no trato com o objetivo principal do futebol: a bola.

 

Hoje, no jogo do Canindé entre Portuguesa e Flamengo, a única que não merecia estar presente era a bola. De que servia sua forma perfeita e esférica se os pés não sabiam como tratá-la. A coitada passava por baixo, passava por cima, passava do lado. A bola passava. Simples. Rolava na grama sem que os jogadores a tocassem. O que sempre imaginei, o futebol sem a bola, “rolava” ante meu olhar atônito.

 

Os times taticamente distribuídos como exércitos. Defesas, ataques, flancos, todos em movimentos perfeitamente sincronizados, ensaiados. Deslocamentos. Corpos em movimentos no espaço vazio. Tudo no mais perfeito balé do futebol. Perfeito até que a bola aparecia. Bastava a bola rondar dengosa as chuteiras e tudo acabava. Esvaia-se sorrateira por baixo, por cima, pelo lado, pelo alto, como se não fosse mais parte do espetáculo.

 

Até nas mãos do goleiro, caprichosamente por pura vontade de cumprir seu papel de arrancar o prazer do grito do gol, tentou. Em vão. Entrou no gol acariciada pelas luvas, levando goleiro junto, mas o juiz apitou falta. Deve ter sido falta da bola. Mas ela foi teimosa. Brigou com as traves. Esbravejou. Buscou seu espaço no espetáculo. Tudo em vão. O zero a zero entre Portuguesa e Flamengo acabou sem o maior espetáculo do futebol. Pareceu uma partida sem a bola.

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