domingo, 27 de outubro de 2013

Falta de jeito

Sabe quando você esquece das coisas mais simples porque elas já não fazem mais parte da sua vida? Algo banal como salvar um texto. Muitas variantes podem acontecer e a ideia "genial" tida há minutos se vai em décimos de segundos. Mas não existem motivos para salvar o texto se apenas você usa o leptop. Não tem como perder a inspiração por falta de energia. Tem bateria. O antivírus é confiável e não vão roupar a inspiração. O sistema faz um backup do último documento. Para que salvar?

 
Para salvar de mãos alheias. Físicas. Não virtuais. Para salvar de gênios hibernes que começam a gostar de escrever no seu teclado. Quem tem filhos ainda pequenos, sabe dos riscos. Quem não os tem; nem imagina. Até quem já os teve e agora os filhos lhes trazem os netos, estão desacostumados. Não contam mais com a velocidade das infantis pernas. Das espertezas das novas cabeças. Esquecem que é um piscar de olhos e já era. 
 
Já era o texto. A ideia, que corre tão rápida como as pequenas pernas. Já era a própria inocência de sempre se achar a salvo. Salvo pela solidão de adulto. Já era o indulto da indiferença da curiosidade. A soberba da idade. Já era sua Era.

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