Noite, apenas o suave barulho da tênue chuva caindo no
asfalto e a janela aberta buscando o respiro de uma brisa no calor de verão.
Tranquilidade. Vontade absoluta que o vento aumente, mas não. Pela janela entra
o ensurdecedor som de uma música desconhecida, reconhecida como música apenas.
Essa aumenta. Um carro de som? Olhar de águia na janela. Nada. Um som no carro.
Um carro comum parado no sinal vermelho.
Manhã, o sono ainda batendo no cérebro mal dormido.
Café com pão dormido. Fila. A chuva da noite, que não veio, mais intensa. Janelas
fechadas. Lotação, lotada. Vontade da brisa que não pode passar. Barrada. Nem o
som da rua penetra. Lotação cerrada. Do lado vem o som de uma música
desconhecida. Reconhecida apenas como música. Ipode. Ai pode.
Tarde, irritação. Irritada do som. Dos sons. De mais
música desconhecida. Não se fala. Se ouve. Não se ouve falas. Máquinas modernas
falando, gritando, invadindo cada privacidade do cérebro. Nem mesmo batendo à
porta. Frequências disformes formando o dia. Cada um na sua frequência.
Absolutamente solitário. Como um pedido de socorro. Para dizer ao mundo o que
você gosta.
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