sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Crônica de um burro televisivo

Os Titãs cantaram: “ a televisão me deixou burro, muito burro demais”.  Mas usaram o programa do Chacrinha, na televisão, para a crítica inteligente. Titãs e Chacrinha foram videntes “plásmicos” em tubos catódicos.

Chacrinha e Titãs projetaram nos meados da década de 80 a burrice que estava por vir. O horário eleitoral gratuito animado do século XXI. O espaço tirado do pensamento mediano do povo, das novelas, dos telejornais, dos humorísticos,  para a mediocridade da propaganda política.

“Democraticamente” obrigatória. Parlatória. Púlpita. “Gratuitamente” paga. Por impostos impostos. Demagogicamente um plasma, fantasmagórico, animado, da época da ditadura, santificada em santinhos, na democracia e na falácia da igualdade dos partidos, de ideias, de ideais nos espaços televisivos.

Como na ditadura, essa democracia de espaços partidários invade nossas casas sem pedir licença. O ditador não precisa de licença. Dita. Nos transgride. Nos impinge à “burrificação” por seus ideais. Usam nosso pseudodireito à informação.

Locutores de voz impostada narram milagres. Políticos falastrões falam, falam, falam. Nada dizem. Falam para um invisível burro televisivo.

Um comentário:

Paulo Scarduelli disse...

É por essas e outras, Chiko, que vejo cada vez menos TV. Somado o tempo semanal que passo na frente dela não dá quatro horas. O mundo lá fora é muito mais interessante.
E parabéns pelo texto.

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