segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Daltonismo arbitrário

A conversa mais recorrente em todas as rodas futebolísticas durante todo os campeonatos, séries A e b, do futebol brasileiro foi sobre arbitragem. Estranhamente, não se digladiou rivalidades. Não se discutiu representantes de Estados. Não se falou de...futebol.
 
Nas mesas de bar o assunto predominante foi a mão na bola ou a bola na mão. O pênatil marcado; ou deixado de ser marcado em lances absolutamente iguais. Ou quase iguais. A igualdade do diferente estava na cor da camisa. No escudo desenhado. Na arena da contenda.
 
A mesma mão na bola em um campo não era a mão em outro. As áreas foram sempre diferentes, dependendo da camisa que defendeu; ou atacou. O gramado, com suas marcas de cal absolutas, mudava as linhas, já não tão absolutas. As camisas apagavam ou acendiam as linhas num daltonismo arbitrário. Um distúrbio ótico que contagiava cinco ao mesmo tempo e no mesmo lance.
 
Os campeonatos nacionais, séries A ou B, não poderiam ter se encerrado sem o flagrante “daltonismo” arbitrário. Esses olhares disformes dos apitadores, na última rodada, foram vistos, sem “daltonismos”, por milhões de torcedores.
 
O braço do zagueiro de costas de um time vale mais que o braço do zagueiro de frente de outro time. Curiosamente, os dois braços ajudaram um só time de São Paulo. A mão proposital do centroavante não é vista; a do goleiro,vista, provoca a expulsão. Os “trança-pé” de um lado é penalidade máxima; de outro é segue o jogo.
 
O “daltonismo” arbitrário dos quintetos escolhidos pela CBF confundiu os campeonatos brasileiros A e B. Confundiu as camisas em campo com as camisas das arquibancadas. Confundiu as mãos em verdadeiras, como se usa no jargão futebolísticos,  “passadas de mãos”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito elucidativo!

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