Chiko Kuneski
A dor. Diferente do
ardor. Há a dor. Física. Emocional. Química. Passional. Fingida. É subjetiva.
Imensurável. É absolutamente individual. Nem mesmo a medicina mais moderna
detecta seu grau. A dor é de dolorida a teatral.
Teatro. Que tablado
mais mágico para encenação que o campo de futebol. Um losango perfeito para o
movimento, pulos, saltos, rolagens, olhares. Quando o mundo põe câmeras sobre o
tablado o teatro é global. Os gestos individuais coletivizam. A dor faz-se encenada.
Que expressão há para a
dor se não o choro. É atávico. A criança chora por qualquer dor, até a falta de
atenção. O choro é a melhor forma de chamar a atenção. Mesmo que um choro
fingido. Teatral.
Mas não existe choro
sem lágrima. É falso. Enganoso. Fingido. Assim foi o choro de Neymar Jr. Contorcido. Teatral no tablado de grama globalizado.
Marqueteiro. Apenas secas lágrimas de fingimento para o olhar das câmeras.
Lágrimas de crocodilo.
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