Chiko Kuneski
Às vezes tenho toda a
vontade de vociferar. Vá à merda, modernidade. Mas seria cruel demais com a
merda. Ela nos sai limpando, expelindo o mal, expurgando o “gurgitar” (licença poética
da antítese). Sai mais pura que a putrefeita enfadonha que nos empurram goela a
baixo.
A modernidade é
perfeita. Até seu primeiro “bug”. Primeiro, segundo, terceiro, primeiro que
gerou o segundo que tinha que ter sido resolvido no primeiro e que gerou o
terceiro. Nesse conjunto numerário vem um quarto. O cidadão, moderno, que tem
que entender que a modernidade é um conjunto de problemas; não de soluções.
Mas você não pode ter
um “bug”. Você não tem o direito de ser um besouro no sistema. Não nesse
sistema. Você é um mero Bit, quando muito um Bite, para poucos. Só o sistema tem
o direito de dar pane. Você é humano. Entenda. Engula. Vomite. Cague.
Está na hora de
cagarmos para a modernidade tecnológica. Ou ela vai continuar cagando sobre nós
as nossas próprias fezes.
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