quarta-feira, 23 de abril de 2008

Somos futebolômanos

Dizer que o homem brasileiro é viciado em futebol é de uma obviedade colegial. Mas digo mais: é um vício sem tratamento e estimulado desde que nasce. Pai que é pai compra o uniforme do seu time para o filho homem antes do primeiro ano de vida. Se duvidar, antes do primeiro mês. Começou o vício. Mais que argentinos, franceses, alemães, italianos e ingleses, os inventores das regras do futebol, mas esses inventam regras para tudo, o brasileiro assume o vício pelo “esporte bretão” e não quer nem ouvir falar em tratamento.

Talvez a explicação por essa “paixão” esteja na memória atávica. O futebol é como se fosse uma batalha, uma luta entre tribos que substituiu os embates ancestrais. Analisando o jogo, o futebol é sempre com muito contato físico, correria, marcação corporal e busca de espaço. Às vezes, extrapola o campo de batalha e se espalha para os assistentes, virando mesmo uma batalha entre torcedores.

Nessa situação, o atávico extrapola o lúdico e vira real, mas não é a regra. Futebol e dentro de campo. O objetivo principal do jogo, levar a bola para dentro do gol do adversário, é a verdadeira conquista de território, deixando o inimigo caído no campo de batalha, olhando a vitória momentânea do outro.

Pense nos times de futebol. São exércitos de onze homens, uniformizados, com um brasão no peito e defendendo uma bandeira e as cores escolhidas. Como uma nação, cada um tem seu hino que é entoado pelo torcedor apaixonado. Fora do campo, os torcedores com suas bandeiras e ”gritos de guerra” incentivam os “heróis da batalha” para a conquista. Não é apenas um jogo de 90 minutos, é uma conquista sobre o time rival, a derrota do inimigo imaginário.

Se o homem brasileiro é viciado por futebol, e isso já sabemos, com  a transmissão do esporte pelas televisões a cabo esse vício saiu do consumo socialmente aceito das quartas-feiras e domingos, para uma “chapação” diária dentro de casa. Para o viciado, tem jogo todo dia. Tem droga sempre e ao alcance do controle remoto.

Na sagrada hora do jogo não há mais família, não há filhos, esposa ou qualquer outra coisa a não ser a liberação da memória ancestral das batalhas, da adrenalina, do lúdico, da luta imaginária. E por pior que seja a “pelada”, libera a química do cérebro que leva ao êxtase, transformando o homem comum num “futebolômano”.

5 comentários:

Anônimo disse...

pertinente, ainda mais nessa semana de decisões!!! um abraço mauricio

Anônimo disse...

Aew Dindo, somos todos futebolômanos, kkkkkkk ,

E Avanteee FIGUEIRAAA


ABRAÇO E BJO DINDOO

MATHEUS

Anônimo disse...

Aew Dindo, somos todos futebolômanos, kkkkkkk ,

E Avanteee FIGUEIRAAA


ABRAÇO E BJO DINDOO

MATHEUS

Vanuza Pantaleão disse...

Chikooo, mas, convenhamos aquela Copa de 70 foi um arrasooooo, rsss: Rivelino, Jairzinho e as pernas do Leão", quem resistiria?Rssss. Amigo, o negócio é "pão e circo" e agora, nem pão. Betinho morreu e o nosso torrão natal (essa do torrão foi demais, né?) tá entregue...mas, você mandou ver muito bem. Obrigada por me aturar. Beijos, Vanuza

Ricardo Rayol disse...

desse mal estou vacinado

Empáfia argentina e enganação

Chiko Kuneski Existe uma piada da época em que não havia o politicamente correto que diz: “o melhor negócio do mundo é comprar um argent...