A perseguição dos
honestos no Brasil virou obsessiva. Todos os políticos acusados por crimes “agiram
estritamente dentro da Lei” e “nunca cometeram” quaisquer dos crimes que lhes foram,
ou estão sendo, imputados. Foram ou continuam sendo vítimas de tribunais de
exceção.
Collor, Lula, Dilma,
Pimentel, Cunha, Renan e até Maluf são meros perseguidos por inimigos
políticos. Cada um ao seu tempo. Mas sempre declarando agir “estritamente
dentro da Lei.” Dura Lei.
Collor se disse perseguido
por Lula, quando o PT mobilizou a militância para pedir seu impedimento. Perdeu
o mandato. Voltou e tornou-se aliado do PT e está sendo novamente “acusado
injustamente”. Lula se diz perseguido pelos que não suportaram “um operário”
como presidente. Dilma acusa de “golpistas” os que a denunciam e vão julgar sua
improbidade. Pimentel alega complô de quem perdeu a eleição.
Já Cunha tenta mudar o
jogo e acusar os seus acusadores. Revanche. A mesma que o PT o acusa pelo
pedido de impedimento de Dilma. Renan se diz tranquilo, nada será provado, pois
nunca cometeu crime. Tem reputação intocável, segundo sua defesa.
Chegamos a Maluf. A
prova contundente que ser honesto no Brasil é bastante perigoso. Sobrevive as
acusações, processos e até pedidos internacionais de prisão por desvios de
dinheiro público como a da princesa Odette, do Lago dos Cisnes. Com a leveza de
sempre sustentar sua inocência.
Os desonestos do país
são os pagadores de impostos de todas as profissões, os emprenderes, os
investigadores, os procuradores, os promotores, os juízes. Os trabalhadores.
São perseguidores dos políticos ilibados. Existe um grande complô nacional
contra “a honestidade” na política.