Uma mentira
Contada por famoso
É verdade absoluta
Por um desconhecido
Apenas um boato
Pelo mal intencionado
Uma fofoca verdadeira
Texto que, seu eu desejasse reproduzido, atribuiria a Nélson Rodrigues, se quisesse conhecido, repassava, mas vou deixar anônimo.
domingo, 21 de dezembro de 2008
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Fim da espécie
Pai mata filho para não pagar
Pensão
Mãe seqüestra filhos para ganhar
Pensão
Desordem natural
Apreensão
Fim do instinto animal
Despreservação
Pensão
Mãe seqüestra filhos para ganhar
Pensão
Desordem natural
Apreensão
Fim do instinto animal
Despreservação
domingo, 16 de novembro de 2008
Terceiro tempo
Num domingo a noite
Como por açoite
Tive que agüentar
A ignorância argumentar
O jocoso comentarista
Que já foi jogador
Entre sorrisos, vociferar:
“Tá em cadeira de rodas e tá inteiro?”
Num domingo a noite
Só por açoite
Vou revidar
A incompetência do comentar
Do pseudo artista
Neto, que já foi jogador
E entristecido, sussurrar
“Ta em cadeira de rodas, mas é certeiro”
Como por açoite
Tive que agüentar
A ignorância argumentar
O jocoso comentarista
Que já foi jogador
Entre sorrisos, vociferar:
“Tá em cadeira de rodas e tá inteiro?”
Num domingo a noite
Só por açoite
Vou revidar
A incompetência do comentar
Do pseudo artista
Neto, que já foi jogador
E entristecido, sussurrar
“Ta em cadeira de rodas, mas é certeiro”
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Futebol é coisa dos homens
A crescente exploração da fé pelos jogadores de futebol no Brasil com seus atos, camisetas com mensagens e exaltação do nome “do senhor” sempre do seu lado faz parecer que deus deixou de ser brasileiro para ser de um só brasileiro, no caso aquele atleta. Está ficando cada vez mais comum goleiros ajoelhados com os dedos para o alto como dois pára-raios celestes captando a proteção divina. Agem como se o gol, a fonte maior da alegria e delírio do futebol, que estão lá para evitar, seja algo diabolicamente ruim.
Atentemos também para as camisetas debaixo dos uniformes dos times usadas por alguns jogadores. Trazem grafado uma exaltação a palavra “deus”. Servem como um colete protetor com forças extraterrenas. São espécies de armaduras abençoadas, como dos cavaleiros cruzados que dizimavam os mulçumanos em nome da igreja cristã. Os jogadores fazem questão de mostrá-las quando dos gols, das comemorações, sabendo que serão captadas pelas lentes das câmaras de televisão e fotógrafos, que replicarão suas “mensagens de deus”.
Isso sem falar nas entrevistas depois dos jogos. “Graças a deus nosso time venceu”. Ou: “ganhamos porque o senhor está do nosso lado”. Ou ainda: “o gol foi obra de deus”. Mas então, deus está escolhendo determinados jogadores? Está, descaradamente, torcendo por esse ou aquele time? Premia somente os atletas “evangélicos” que pregam a necessidade da fé nele em atos, palavras, mensagens?
Estão se tornando cada vez mais comuns as expressões: deus ganhou...deus guiou meu chute...deus está sempre do nosso lado... E do lado dos adversários quem se coloca, o diabo? Perde-se ou ganha-se um jogo humano por interferência de forças divinas? Nelson Rodrigues teria razão e existe realmente um “sobrenatural de Almeida” que baixa nos campos de futebol?E na sua melhor forma, como deus?
Tenho que confessar uma paixão até cega por futebol, sempre a tive. E até por força dessa paixão penso que deus, se realmente existir, se diverte com esse jogo dos homens e com seus 22 atores como meros jogadores de pebolim, sem, contudo manipulá-los, deixando que a bola decida por seus destinos.
Atentemos também para as camisetas debaixo dos uniformes dos times usadas por alguns jogadores. Trazem grafado uma exaltação a palavra “deus”. Servem como um colete protetor com forças extraterrenas. São espécies de armaduras abençoadas, como dos cavaleiros cruzados que dizimavam os mulçumanos em nome da igreja cristã. Os jogadores fazem questão de mostrá-las quando dos gols, das comemorações, sabendo que serão captadas pelas lentes das câmaras de televisão e fotógrafos, que replicarão suas “mensagens de deus”.
Isso sem falar nas entrevistas depois dos jogos. “Graças a deus nosso time venceu”. Ou: “ganhamos porque o senhor está do nosso lado”. Ou ainda: “o gol foi obra de deus”. Mas então, deus está escolhendo determinados jogadores? Está, descaradamente, torcendo por esse ou aquele time? Premia somente os atletas “evangélicos” que pregam a necessidade da fé nele em atos, palavras, mensagens?
Estão se tornando cada vez mais comuns as expressões: deus ganhou...deus guiou meu chute...deus está sempre do nosso lado... E do lado dos adversários quem se coloca, o diabo? Perde-se ou ganha-se um jogo humano por interferência de forças divinas? Nelson Rodrigues teria razão e existe realmente um “sobrenatural de Almeida” que baixa nos campos de futebol?E na sua melhor forma, como deus?
Tenho que confessar uma paixão até cega por futebol, sempre a tive. E até por força dessa paixão penso que deus, se realmente existir, se diverte com esse jogo dos homens e com seus 22 atores como meros jogadores de pebolim, sem, contudo manipulá-los, deixando que a bola decida por seus destinos.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
domingo, 28 de setembro de 2008
Churrasco nacional
O gaúcho grita
O carioca avança
O paulista agita
E o catarinense?
Se bobear, dança
Em azul e branco
Em branco e preto
Fica no sul
Como o espeto
Só aquecendo a carne
O carioca avança
O paulista agita
E o catarinense?
Se bobear, dança
Em azul e branco
Em branco e preto
Fica no sul
Como o espeto
Só aquecendo a carne
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Próprio da depressão
domingo, 24 de agosto de 2008
Ligado
Celular a finalizar
aguarde...
computador a finalizar
aguarde...
DVD a finalizar
aguarde...
televisão a finalizar
aguarde...
domingo a finalizar
aguarde...
a vida a finalizar
a guarde
aguarde...
computador a finalizar
aguarde...
DVD a finalizar
aguarde...
televisão a finalizar
aguarde...
domingo a finalizar
aguarde...
a vida a finalizar
a guarde
domingo, 17 de agosto de 2008
Ode à preguiça
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Panfleteiras
Quem dirige em qualquer cidade já pegou, pelo menos, um panfleto de algum produto quando parou o carro num semáforo. Essa mala direta está se transformando em uma praga moderna com o motorista sendo quase obrigado a pegar o pedaço de papel para seguir em frente. Anunciam tudo com os panfletos de sinal.
Basta parar o carro e logo uma mulher, normalmente jovem, bonita e em roupas que valorizam os atributos físicos, se aproxima com um sorriso metálico e o panfleto na mão. O apelo sexual das entregadoras da propaganda faz a ligação direta da beleza física com o produto. Apartamentos valorizados pelas sacadas dos seios, lançamentos de carros mostrados em bundas apertadas em calças justas e todos os produtos trazidos por belos sorrisos, mesmo que num dia de chuva.
O apelo das entregadoras, que vestem o que mandam, chega até aos generosos decotes que entram pela janela dos veículos seguindo a entrega da publicidade. Quem consegue resistir ao apelo e fechar a cara para a entrega? Os motoristas acabam vencidos pelo encantamento das “modelos” e aceitando o panfleto. Até aqueles que já deixou entrar em seu carro no semáforo anterior onde a mesma tática foi aplicada.
Essa forma agressiva de divulgação, como gostam de dizer alguns publicitários, serve para tentar vender, ou despertar o interesse, de quase tudo. Casa, carro, apartamento, produtos e serviços dos mais diversos. Nada escapa a panfletagem. A fé nessa forma de propagar os produtos chegou inclusive aos responsáveis pelo processo desse marketing direto.
Não estranhe se no próximo semáforo uma linda mulher em roupas sexys e usando do físico para encantar entregar um panfleto fazendo propaganda de uma empresa de panfletagem. Até mesmo esse setor está descobrindo a força dos panfletos. Ou das panfleteiras.
Basta parar o carro e logo uma mulher, normalmente jovem, bonita e em roupas que valorizam os atributos físicos, se aproxima com um sorriso metálico e o panfleto na mão. O apelo sexual das entregadoras da propaganda faz a ligação direta da beleza física com o produto. Apartamentos valorizados pelas sacadas dos seios, lançamentos de carros mostrados em bundas apertadas em calças justas e todos os produtos trazidos por belos sorrisos, mesmo que num dia de chuva.
O apelo das entregadoras, que vestem o que mandam, chega até aos generosos decotes que entram pela janela dos veículos seguindo a entrega da publicidade. Quem consegue resistir ao apelo e fechar a cara para a entrega? Os motoristas acabam vencidos pelo encantamento das “modelos” e aceitando o panfleto. Até aqueles que já deixou entrar em seu carro no semáforo anterior onde a mesma tática foi aplicada.
Essa forma agressiva de divulgação, como gostam de dizer alguns publicitários, serve para tentar vender, ou despertar o interesse, de quase tudo. Casa, carro, apartamento, produtos e serviços dos mais diversos. Nada escapa a panfletagem. A fé nessa forma de propagar os produtos chegou inclusive aos responsáveis pelo processo desse marketing direto.
Não estranhe se no próximo semáforo uma linda mulher em roupas sexys e usando do físico para encantar entregar um panfleto fazendo propaganda de uma empresa de panfletagem. Até mesmo esse setor está descobrindo a força dos panfletos. Ou das panfleteiras.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
quinta-feira, 31 de julho de 2008
domingo, 27 de julho de 2008
Descanso
O domingo se foi
E meu bode com ele
Ruminando seu domingo
Foi-se indo
Sem pensar
Ruminando o dia
Digerindo
E meu bode com ele
Ruminando seu domingo
Foi-se indo
Sem pensar
Ruminando o dia
Digerindo
domingo, 20 de julho de 2008
Deu na trave
Todo dia, antes de começar o treinamento, o goleiro alisava a trave. Como o cavaleiro acariciava seu cavalo, conversava com quem poderia ser sua glória ou seu algoz. Sabia que dependia dela, que marcava sua vida de goleiro em passos, metros, centímetros definitivos. Não seria um goleiro sem sua trave. Melhor que confiasse nela.
Era sempre seu ponto de referência. Sua mira para o golpe de vista, como gostam de dizer os locutores e comentaristas esportivos. Como se golpe não fosse contra si próprio. Diriam melhor se chamassem os três “paus” da trave de referência. O goleiro sabia disso. Só goleiro. Na solidão dos extremos do campo. Como as traves.
Quantas vezes ela o tirou de apuros em jogos importantes, sendo a extensão da ponta dos dedos a impedir a consagração do artilheiro. Como ele, mais lembrada pelo desalento adversário, do que por alegria dos torcedores do time “bafejado pela sorte”. O torcedor vibra com a trave, sacudida pela explosão da bola, mas faz questão de esquecer o lance, assim que acaba.
A bola na trave é o misto do “huuuu” de decepção; com “huuuu” de alívio. Não altera o placar, mas altera a relação amorosa do goleiro com a trave. Como uma amante. Defende o amado. Vibra sonora a chamar sua atenção; ou, traiçoeira, empurra a bola para o gol. O goleiro sabia disso. Antes de começar o jogo, conversava com ela. Mimava. A fazia gostar dele. Mesmo sendo duas, dividia-se.
No jogo mais importante de sua vida, o que valia o grande campeonato, o goleiro estava nervoso. Tenso demais até para falar com a trave. Só pensava nele. Na responsabilidade. No título da carreira. No primeiro tempo a bola no travessão salvou todo o time, mas ele, focado, não acariciou, agradecido, a trave. No segundo tempo, a trave, amante do goleiro, deixou a bola explodir ao seu encontro e, vingativa, fez rebater de encontro às suas costas. De joelhos, entre as traves, o goleiro escutou o estufar da rede encontrando a bola.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
quarta-feira, 9 de julho de 2008
sábado, 5 de julho de 2008
O ministro deu um “jeitinho”
O ministro da Justiça Tarso Genro poderia ser processado por tentativa de formação de quadrilha. Ao externar que os policiais de trânsito usem o bom senso para definir o ínfimo consumo de álcool contido em doces, anticépticos bucais e até remédios homeopáticos, a autoridade do ministro sugere que os infrinjam a “lei seca”.
A lei, apesar de conter inconstitucionalidades flagrantes, enquanto em vigor, deve ser aplicada em sua totalidade. Ou pode ou não pode. Não cabe a um policial decidir se a quantidade de álcool no sangue do cidadão está infringindo ou não a lei. Arbitrar, se é que a lei o permite, cabe a um juiz; nunca ao policial.
Quando sugere o uso do bom senso, o ministro da Justiça descumpre o preceito da Justiça em que todos são iguais perante a lei. Ou consumiu ou não consumiu álcool, e ai não interessa à lei de onde o álcool veio. O ministro cria com sua “recomendação” uma “quadrilha” de policiais com o poder de decidir acima da lei. Instiga um aparelhamento de Estado contra o cidadão.
Quem deveria zelar pela cidadania, passa a ser um juiz. Julga sem autos. Julga pelo “bom senso”, pretendido pelo ministro da Justiça. Interpreta uma lei, dura e que coloca o cidadão como culpado ante o direito à defesa plena, pelo bom senso, que muitos não têm, e não pelo enunciado da lei.
O Estado autoritário que o ministro da Justiça representa já acabou com o direito básico do cidadão ao obrigar a prova de inocência sem a comprovação de culpa. O uso compulsório do “bafômetro” transforma todo motorista em infrator mesmo sem o uso de álcool. Dá ao aparelho de Estado o poder do constrangimento. Rasga a Constituição obrigando o cidadão a criar prova contra si.
O ministro da Justiça faz pior. Sugere o famoso “jeitinho brasileiro”, tão contestado e discutido no país, como conduta oficial do aparato de Estado. Age como mentor de uma “quadrilha” que poderá ficar acima do “bem e o mal” e interpretar a aplicação da lei.
Tarso Genro instuticionaliza o descumprimento da nova legislação. O que é pior, por quem deveria agir com rigor para que ela seja cumprida. Mesmo podendo ser inconstitucional, e isso cabe a Suprema Corte, que não propõem “jeitinhos”, definir.
A lei, apesar de conter inconstitucionalidades flagrantes, enquanto em vigor, deve ser aplicada em sua totalidade. Ou pode ou não pode. Não cabe a um policial decidir se a quantidade de álcool no sangue do cidadão está infringindo ou não a lei. Arbitrar, se é que a lei o permite, cabe a um juiz; nunca ao policial.
Quando sugere o uso do bom senso, o ministro da Justiça descumpre o preceito da Justiça em que todos são iguais perante a lei. Ou consumiu ou não consumiu álcool, e ai não interessa à lei de onde o álcool veio. O ministro cria com sua “recomendação” uma “quadrilha” de policiais com o poder de decidir acima da lei. Instiga um aparelhamento de Estado contra o cidadão.
Quem deveria zelar pela cidadania, passa a ser um juiz. Julga sem autos. Julga pelo “bom senso”, pretendido pelo ministro da Justiça. Interpreta uma lei, dura e que coloca o cidadão como culpado ante o direito à defesa plena, pelo bom senso, que muitos não têm, e não pelo enunciado da lei.
O Estado autoritário que o ministro da Justiça representa já acabou com o direito básico do cidadão ao obrigar a prova de inocência sem a comprovação de culpa. O uso compulsório do “bafômetro” transforma todo motorista em infrator mesmo sem o uso de álcool. Dá ao aparelho de Estado o poder do constrangimento. Rasga a Constituição obrigando o cidadão a criar prova contra si.
O ministro da Justiça faz pior. Sugere o famoso “jeitinho brasileiro”, tão contestado e discutido no país, como conduta oficial do aparato de Estado. Age como mentor de uma “quadrilha” que poderá ficar acima do “bem e o mal” e interpretar a aplicação da lei.
Tarso Genro instuticionaliza o descumprimento da nova legislação. O que é pior, por quem deveria agir com rigor para que ela seja cumprida. Mesmo podendo ser inconstitucional, e isso cabe a Suprema Corte, que não propõem “jeitinhos”, definir.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
quarta-feira, 25 de junho de 2008
O “islamismo” petista
Pesquisas científicas e de renomados nomes da medicina já comprovaram que a ingestão de um cálice de vinho às refeições reduz sensivelmente a possibilidade de doenças cardíacas e infartos. Apenas um cálice. A maioria das pessoas após almoçar ou jantar precisam utilizar seu carro para continuar as atividades normais do dia-a-dia. Um cálice não embriaga, não impede ninguém de continuar a ser produtivo, socialmente útil.
A nova legislação de trânsito sancionada pelo presidente Lula diz o contrário. Um cidadão exemplar, pai de família, que nunca recebeu uma única multa no trânsito, que faz direção defensiva, mas que era acostumado a tomar uma única taça de vinho às refeições, até como remédio, passou a ser um infrator.
Se for apanhado conduzindo um carro, mesmo não estando nem de longe tecnicamente embriagado, o cidadão pagador de impostos, trabalhador, produtivo e lúcido, depois de uma única taça de vinho, considerada salutar para o coração pela medicina, é um criminoso. Pior. Como a lei fala em “zero” de teor alcoólico, até quem faz uso de remédios homeopáticos, que contém álcool na fórmula, está, legalmente, transgredindo a lei. A homeopatia é delinqüente.
A mesma lei que trata com todo o rigor o consumo de álcool ao volante não tem mecanismos para mensurar ou coibir drogas ilícitas. Maconha, cocainha, LSD, Exctase, não podem ser detectados pelo “bafômetro”, agora obrigatórios para os motoristas.
Um cidadão que passou a noite nas badaladas festas “rave”, a base de Exctase, só consome água para se reidratar. Seus reflexos estarão bem mais prejudicados do que o outro cidadão que apenas tomou sua dose “medicinal” de vinho ao jantar com sua família num restaurante. Se ambos forem parados numa blitz e obrigados a fazer o “bafômetro”, pela nova lei imposta, a taça de vinho será presa. Já o êxtase, solto.
Não se trata aqui de defender os motoristas que dirigem alcoolizados. Pelo contrário, o código de trânsito já previa as punições para o delito. Trata-se de defender o direito mínimo do cidadão. A nova legislação, sancionada pelo presidente Lula, sob idealização do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que realiza uma cruzada “islâmica” contra o álcool, expõe a face autoritária do Estado, determina regras ditatoriais ao cidadão. Na prática, a nova lei dá poderes ilimitados para os aparatos do estado e tira do cidadão o direito universal à defesa.
A nova legislação de trânsito sancionada pelo presidente Lula diz o contrário. Um cidadão exemplar, pai de família, que nunca recebeu uma única multa no trânsito, que faz direção defensiva, mas que era acostumado a tomar uma única taça de vinho às refeições, até como remédio, passou a ser um infrator.
Se for apanhado conduzindo um carro, mesmo não estando nem de longe tecnicamente embriagado, o cidadão pagador de impostos, trabalhador, produtivo e lúcido, depois de uma única taça de vinho, considerada salutar para o coração pela medicina, é um criminoso. Pior. Como a lei fala em “zero” de teor alcoólico, até quem faz uso de remédios homeopáticos, que contém álcool na fórmula, está, legalmente, transgredindo a lei. A homeopatia é delinqüente.
A mesma lei que trata com todo o rigor o consumo de álcool ao volante não tem mecanismos para mensurar ou coibir drogas ilícitas. Maconha, cocainha, LSD, Exctase, não podem ser detectados pelo “bafômetro”, agora obrigatórios para os motoristas.
Um cidadão que passou a noite nas badaladas festas “rave”, a base de Exctase, só consome água para se reidratar. Seus reflexos estarão bem mais prejudicados do que o outro cidadão que apenas tomou sua dose “medicinal” de vinho ao jantar com sua família num restaurante. Se ambos forem parados numa blitz e obrigados a fazer o “bafômetro”, pela nova lei imposta, a taça de vinho será presa. Já o êxtase, solto.
Não se trata aqui de defender os motoristas que dirigem alcoolizados. Pelo contrário, o código de trânsito já previa as punições para o delito. Trata-se de defender o direito mínimo do cidadão. A nova legislação, sancionada pelo presidente Lula, sob idealização do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que realiza uma cruzada “islâmica” contra o álcool, expõe a face autoritária do Estado, determina regras ditatoriais ao cidadão. Na prática, a nova lei dá poderes ilimitados para os aparatos do estado e tira do cidadão o direito universal à defesa.
segunda-feira, 23 de junho de 2008
sábado, 21 de junho de 2008
Mundo do cão
Hoje, começo o texto pedindo desculpas, pois sei que serei crucificado pelos defensores dos diretos dos animais, mas, como purgo antes de pecar, espero que leiam até o final para terem argumentos suficientes para o julgamento por falar sobre a “cão mania”. Uma febre que atingiu a sociedade e já toma as raias do ridículo.
Não faz muito tempo, uma festa de aniversário para um cachorrinho de uma madame da sociedade foi manchete de coluna social e virou notícia nacional. Uma festa com direito a bolo de aniversário e um “parabéns pra você” entoado aos “au-au-au” humano. Talvez apenas uma excentricidade de uma madame virando notícia.
Esse fato isoladamente não teria grande significado, apenas mais uma loucura da sociedade. Ser badalado nos principais meios noticiosos do país é que foi algo preocupante. Notícias caninas ganhando espaço na mídia humana e escondendo notícias humanas. Essa “cão mania” se espalhou e ganhou contornos cada vez mais humanos que, penso, nem os cachorros gostam.
A adoração dos cães é facilmente sentida ao andarmos nas ruas. Cachorros puxam seus donos encoleirados pelas calçadas, praças, vias públicas. Um passeio, pelo menos diário, para desestressar o animal e seu dono. Desestressar inclusive fisiologicamente. Quem nunca pisou no “estresse” de um cachorro caminhando na quadra onde mora? Da quadra pros jornais foi só um passo.
Essa celebridade de ruas deixou as calçadas da fama e está ganhando, cada vez mais, espaço nos meios de comunicação. Os jornais chegam a reservar colunas só para cães. Fotos de cachorrinhos com manchete exortando a adoção. Espaços com notícias caninas. Os meios de comunicação falam mais do abandono ou mau tratos de cachorros do que da violência cometida contra nossa infância desprotegida.
Numa sociedade onde humanos cantam “parabéns pra você” latindo para o aniversário de um cachorro, não me surpreenderia nada encontrar um dono repetindo as letras de uma notícia de jornal sobre o mundo do cão para seu amigo animal.
Não faz muito tempo, uma festa de aniversário para um cachorrinho de uma madame da sociedade foi manchete de coluna social e virou notícia nacional. Uma festa com direito a bolo de aniversário e um “parabéns pra você” entoado aos “au-au-au” humano. Talvez apenas uma excentricidade de uma madame virando notícia.
Esse fato isoladamente não teria grande significado, apenas mais uma loucura da sociedade. Ser badalado nos principais meios noticiosos do país é que foi algo preocupante. Notícias caninas ganhando espaço na mídia humana e escondendo notícias humanas. Essa “cão mania” se espalhou e ganhou contornos cada vez mais humanos que, penso, nem os cachorros gostam.
A adoração dos cães é facilmente sentida ao andarmos nas ruas. Cachorros puxam seus donos encoleirados pelas calçadas, praças, vias públicas. Um passeio, pelo menos diário, para desestressar o animal e seu dono. Desestressar inclusive fisiologicamente. Quem nunca pisou no “estresse” de um cachorro caminhando na quadra onde mora? Da quadra pros jornais foi só um passo.
Essa celebridade de ruas deixou as calçadas da fama e está ganhando, cada vez mais, espaço nos meios de comunicação. Os jornais chegam a reservar colunas só para cães. Fotos de cachorrinhos com manchete exortando a adoção. Espaços com notícias caninas. Os meios de comunicação falam mais do abandono ou mau tratos de cachorros do que da violência cometida contra nossa infância desprotegida.
Numa sociedade onde humanos cantam “parabéns pra você” latindo para o aniversário de um cachorro, não me surpreenderia nada encontrar um dono repetindo as letras de uma notícia de jornal sobre o mundo do cão para seu amigo animal.
- Vou repetir de novo. Vê se aprende... já estou cansando de ler o jornal com as fofocas caninas pra você.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
quarta-feira, 18 de junho de 2008
O poeta suicida
Às vezes, a janela é só o que resta
Mesmo que para atirar o poema amarrotado
Que teima em não querer ser escrito
Mesmo que para atirar o poema amarrotado
Que teima em não querer ser escrito
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Mentiras
As pessoas dizem gostar da poesia
Mas, a poesia é que ama as pessoas
Sempre vai ao seu encontro
Raramente as encontra
Mas, a poesia é que ama as pessoas
Sempre vai ao seu encontro
Raramente as encontra
segunda-feira, 9 de junho de 2008
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Sistema Único de Sexo
Mulheres e homens, homens e mulheres, são eternos insatisfeitos, desgostando até mesmo da escolha da natureza. Não é difícil encontrar um ser humano que em alguma fase da vida fica insatisfeito com seu sexo. Mas no Brasil o governo vai acabar com essa insatisfação. O ministro da saúde, do cigarro, da bebida alcoólica, do trânsito, José Gomes Temporão, anunciou que o SUS (Sistema Único de Saúde) vai financiar cirurgias de troca de sexo.
Pronto. Nossa insatisfação em relação ao sexo vai ser resolvida e com dinheiro do contribuinte, paga pelo governo. Se não estiver satisfeito com seu sexo basta recorrer ao SUS (Sistema Único de Sexo), operar de graça e trocar.
Se você for um dos milhões de brasileiros que está na fila da saúde pública para uma cirurgia eletiva dos olhos para ver melhor, do ouvido para poder escutar, ortopédica para voltar a andar bem ou até cardíaca para continuar vivo, saia da fila. Recorra ao SUS para trocar de sexo e, tente , de quebra, resolver o outro “probleminha” que atrapalha sua vida há anos.
Claro que tudo que é de graça vindo do governo tem um preço. Os deputados ligados ao Palácio do Planalto querem ressuscitar a CPMF para, segundo os políticos (você acredita no que dizem os políticos?), arrecadar mais dinheiro para a saúde e assim melhor o atendimento ao povo. O novo imposto foi batizado pelo PT, que sugeriu a medida, de CSS, que com a nova proposta do ministro Temporão, deve ser “Contribuição do Sexo Satisfatório”.
Aos deslumbrados com novidades e alegrinhos apenas um aviso. No seu pronunciamento o ministro não explicou se o SUS vai pagar mais de uma operação de troca de sexo por cidadão. E isso já começa a ser um problema. Como somos eternos insatisfeitos, ao trocar de sexo podemos querer destrocar depois, desgostosos. Nesse caso, se o governo não pagar, fica por conta de cada um. Vai correr o risco?
Pronto. Nossa insatisfação em relação ao sexo vai ser resolvida e com dinheiro do contribuinte, paga pelo governo. Se não estiver satisfeito com seu sexo basta recorrer ao SUS (Sistema Único de Sexo), operar de graça e trocar.
Se você for um dos milhões de brasileiros que está na fila da saúde pública para uma cirurgia eletiva dos olhos para ver melhor, do ouvido para poder escutar, ortopédica para voltar a andar bem ou até cardíaca para continuar vivo, saia da fila. Recorra ao SUS para trocar de sexo e, tente , de quebra, resolver o outro “probleminha” que atrapalha sua vida há anos.
Claro que tudo que é de graça vindo do governo tem um preço. Os deputados ligados ao Palácio do Planalto querem ressuscitar a CPMF para, segundo os políticos (você acredita no que dizem os políticos?), arrecadar mais dinheiro para a saúde e assim melhor o atendimento ao povo. O novo imposto foi batizado pelo PT, que sugeriu a medida, de CSS, que com a nova proposta do ministro Temporão, deve ser “Contribuição do Sexo Satisfatório”.
Aos deslumbrados com novidades e alegrinhos apenas um aviso. No seu pronunciamento o ministro não explicou se o SUS vai pagar mais de uma operação de troca de sexo por cidadão. E isso já começa a ser um problema. Como somos eternos insatisfeitos, ao trocar de sexo podemos querer destrocar depois, desgostosos. Nesse caso, se o governo não pagar, fica por conta de cada um. Vai correr o risco?
domingo, 1 de junho de 2008
A eterna busca
Quando tentamos o novo
De novo
Envelhecemos
Mas ao buscarmos
Rejuvenescemos
De novo
Por querer o novo
De novo
Envelhecemos
Mas ao buscarmos
Rejuvenescemos
De novo
Por querer o novo
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Com os dois pés no futuro
A liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias numa votação história do Supremo Tribunal Federal tirou o Brasil do passado para impulsioná-lo para um futuro científico e político. A rejeição de uma ação promovida pelo Governo, por meio da Procuradoria Geral da República, motivada por conceitos filosóficos e dogmáticos da religião Católica, desvincula essa ligação estado-religião que ainda se impunha em muitas das ações nacionais.
A decisão sob o cunho jurídico e científico tomada pelos Ministros do STF tem um alcance maior do que a simples possibilidade de se fazer pesquisas. Serve como marco para uma nova relação entre estado e povo. Constitucionalmente, somos uma Nação laica. Como tal, plural no conceito e respeito às religiões e às crenças. A decisão do STF separa o estado da religião. Determina competências. Estabelece parâmetros de atuações.
Precisou o país inteiro parar para discutir o “princípio da vida” para darmos um salto político já vivido por outros países. A liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias, mais do que possibilitar a igualdade do Brasil com outras nações na busca de novas tecnologias a favor da vida e do bem-estar humano, rompeu com o atraso secular do poder da igreja dentro do estado. Num só ato, demos dois passos para o futuro.
A decisão sob o cunho jurídico e científico tomada pelos Ministros do STF tem um alcance maior do que a simples possibilidade de se fazer pesquisas. Serve como marco para uma nova relação entre estado e povo. Constitucionalmente, somos uma Nação laica. Como tal, plural no conceito e respeito às religiões e às crenças. A decisão do STF separa o estado da religião. Determina competências. Estabelece parâmetros de atuações.
Precisou o país inteiro parar para discutir o “princípio da vida” para darmos um salto político já vivido por outros países. A liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias, mais do que possibilitar a igualdade do Brasil com outras nações na busca de novas tecnologias a favor da vida e do bem-estar humano, rompeu com o atraso secular do poder da igreja dentro do estado. Num só ato, demos dois passos para o futuro.
Imagem: declaração dos direito do homem e do cidadão
terça-feira, 27 de maio de 2008
Fábula moderna da velha economia
Era uma vez uma contribuição que foi criada por uma fada má drinha com o objetivo de trazer mais saúde às pessoas mais. O rei resolveu contar para todo mundo que tinha achado uma forma para ajudar as pessoas mais pobres, com uma contribuição, mas que essa seria obrigatória, já que era para fazer bem para todo mundo.
Mas, como muitos não gostaram de contribuir obrigatoriamente, a fada má drinha mudou seu nome para CPMF. As letras o povo esquece disse ao rei. A contribuição obrigatória para o bem criada pela fada má drinha tirava mais dinheiro dos pobres do que dos ricos. Os pobres, além de contribuírem obrigatoriamente, pioravam de saúde. Depois de muito tempo contribuindo obrigatoriamente com o rei e a fada má drinha, o povo aproveitou uma chance e se viu livre da CPMF.
Tempos depois, não tanto tempo assim, uma outra fada má drinha, resolveu de novo criar outra contribuição para cuidar da saúde dos pobres. A fada má drinha sabia que não podia dar o mesmo nome à contribuição obrigatória e resolveu contar ao povo outra história e chamar a ajuda a saúde do pobre por outro nome.
O rei, satisfeito, chamou a fada má drinha para contar ao povo que ele, povo, estaria ajudando a saúde do pobre com uma contribuição obrigatória chamada CSS (Contribuição Social para a Saúde). E assim, a fada má drinha e o rei continuaram felizes e o pobre sem dinheiro para comprar os remédios.
Mas, como muitos não gostaram de contribuir obrigatoriamente, a fada má drinha mudou seu nome para CPMF. As letras o povo esquece disse ao rei. A contribuição obrigatória para o bem criada pela fada má drinha tirava mais dinheiro dos pobres do que dos ricos. Os pobres, além de contribuírem obrigatoriamente, pioravam de saúde. Depois de muito tempo contribuindo obrigatoriamente com o rei e a fada má drinha, o povo aproveitou uma chance e se viu livre da CPMF.
Tempos depois, não tanto tempo assim, uma outra fada má drinha, resolveu de novo criar outra contribuição para cuidar da saúde dos pobres. A fada má drinha sabia que não podia dar o mesmo nome à contribuição obrigatória e resolveu contar ao povo outra história e chamar a ajuda a saúde do pobre por outro nome.
O rei, satisfeito, chamou a fada má drinha para contar ao povo que ele, povo, estaria ajudando a saúde do pobre com uma contribuição obrigatória chamada CSS (Contribuição Social para a Saúde). E assim, a fada má drinha e o rei continuaram felizes e o pobre sem dinheiro para comprar os remédios.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Liberdade
Pela liberação imediata das pesquisas com células-tronco embrionárias para que a esperança não morra congelada.
domingo, 25 de maio de 2008
Viva mais, mas sem prazer
A medicina e as pesquisas dia após dia encontram formas e fórmulas para a longevidade. Se vive mais, mesmo em condições de vida que agridem a forma natural de uma vida longa. Vegetais com agrotóxicos, animais com hormônios, pessoas com necessidade de tratamento psicológico por serem diferentes. Gordas. Magras. Altas. Baixas. Despadronizadas.
Mas, apesar de todos os problemas contemporâneos, ou em virtude deles, os médicos e os pesquisadores encontraram o segredo de viver muito mais. E não é nada difícil, basta abdicar do prazer. Siga as determinações. Não coma, não beba, gaste seu tempo em exercícios físicos e viva alguns anos, eles não sabem bem quantos, a mais.
Todos dizem que a gordura e o açúcar são as substâncias que tornam as comidas mais saborosas. Quer viver mais? Corte as gorduras e os açúcares. Tudo magro e tudo “ligth”. Não importa se o desgosto, e aqui é usado literalmente na falta do gosto, é forte. Faça, os médicos mandam, se quiser ter uma vida longa.
Mas não fique triste. Sempre há a compensação. Podemos deixar de comer os sabores das gorduras, dos açúcares, das manteigas, dos laticínios e ainda sentir o prazer de uma boa bebida. Café. Chocolate. Vinho. Cerveja. Destilados. A medicina já comprovou que fazem bem para a saúde e aumentam a longevidade.
Fazem bem mas só até a segunda dose. Quando começam a fazer bem para o presente; são maléficos para o futuro. E passam a ser proibidos. Vinhos: duas taças. Cerveja: duas latas. Uísque: uma dose. Café: mais que duas xícaras viciam o cérebro. Ia esquecendo do chocolate: já tratado como uma dependência química. Tudo é bom quando deixa de ser bom.
Mas não há motivos para o desespero. Para todo problema encontrado pela medicina e pelos pesquisadores há um remédio. Basta estar vivo e poder comprar. Mas, nunca, leia atentamente a bula. Os efeitos colaterais das drogas milagrosas que aumentam nossa vida não têm remédio. Como as gorduras, os açúcares, as bebidas.
Mas, apesar de todos os problemas contemporâneos, ou em virtude deles, os médicos e os pesquisadores encontraram o segredo de viver muito mais. E não é nada difícil, basta abdicar do prazer. Siga as determinações. Não coma, não beba, gaste seu tempo em exercícios físicos e viva alguns anos, eles não sabem bem quantos, a mais.
Todos dizem que a gordura e o açúcar são as substâncias que tornam as comidas mais saborosas. Quer viver mais? Corte as gorduras e os açúcares. Tudo magro e tudo “ligth”. Não importa se o desgosto, e aqui é usado literalmente na falta do gosto, é forte. Faça, os médicos mandam, se quiser ter uma vida longa.
Mas não fique triste. Sempre há a compensação. Podemos deixar de comer os sabores das gorduras, dos açúcares, das manteigas, dos laticínios e ainda sentir o prazer de uma boa bebida. Café. Chocolate. Vinho. Cerveja. Destilados. A medicina já comprovou que fazem bem para a saúde e aumentam a longevidade.
Fazem bem mas só até a segunda dose. Quando começam a fazer bem para o presente; são maléficos para o futuro. E passam a ser proibidos. Vinhos: duas taças. Cerveja: duas latas. Uísque: uma dose. Café: mais que duas xícaras viciam o cérebro. Ia esquecendo do chocolate: já tratado como uma dependência química. Tudo é bom quando deixa de ser bom.
Mas não há motivos para o desespero. Para todo problema encontrado pela medicina e pelos pesquisadores há um remédio. Basta estar vivo e poder comprar. Mas, nunca, leia atentamente a bula. Os efeitos colaterais das drogas milagrosas que aumentam nossa vida não têm remédio. Como as gorduras, os açúcares, as bebidas.
quarta-feira, 21 de maio de 2008
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Só um flerte
Ela me olhava sem me olhar
Eu a olhava sem me notar
Instintivo, caçador
Nos olhos dela, vazios
Me olhando, sem piscar
Num esmeraldino de dor
Ela me olhava só pra ver
Eu a olhava para ter
Nem que fosse um só olhar
Dos olhos dela, vadios
Direto no meu, a vadear
Esperando o acontecer
Eu a olhava sem me notar
Instintivo, caçador
Nos olhos dela, vazios
Me olhando, sem piscar
Num esmeraldino de dor
Ela me olhava só pra ver
Eu a olhava para ter
Nem que fosse um só olhar
Dos olhos dela, vadios
Direto no meu, a vadear
Esperando o acontecer
sexta-feira, 16 de maio de 2008
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Marido coloca mulher a venda na Internet
Corno coloca mulher a venda em site da internet
Conforme o Portal Terra, Paul Osborn, de Bletchley, na Grã-Bretanha, ofereceu a mulher Sharon - descrita na oferta como "mentirosa" e "adúltera" - a quem pagasse o maior preço.
A oferta tornou-se um fenômeno na Internet. Osborn teria recebido ofertas de até 500 mil libras esterlinas (cerca de R$ 1,6 milhões).
Osborn, de 44 anos, disse ao jornal britânico The Sun ter ouvido rumores de que a mulher, com quem estava casado há 24 anos, estava tendo um caso com um colega de trabalho. Segundo ele, a suspeita foi confirmada depois de checar os e-mails dela.
Ele chegou a expulsá-la de casa, mas acabou aceitando-a de volta. Semanas depois, Osborn teria tido outras provas da traição da mulher.
"Em um ataque de raiva, eu coloquei a oferta no eBay. Depois, eu retirei a oferta porque percebi que não era a coisa certa a fazer. Mas eu estava muito furioso", disse Osborn.
Sharon, de 43 anos, fez uma queixa policial contra o marido.
Se essa moda pega vai faltar lance
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Dicas de auto-ajuda
Para resolver pequenas coisas que trazem grandes incômodos
Acabe com a sensação desagradável que sua barriga está aumentando. Compre cintos maiores.
Deixe de se aborrecer com sua esposa reclamando porque você está vendo futebol de novo na TV. Dê o controle remoto para ela e vá assistir no bar com os amigos.
Resolva a apurrinhação dos telemarktings. Quando pedirem para falar com você diga que já morreu e que a voz é apenas uma gravação deixada na secretaria eletrônica.
Esqueça a correria ditada no dia-a-dia e a aquela sensação de estar sempre atrasado. Tire a pilha do seu relógio e esqueça disso também.
Evite a dor de cabeça de ver seu time perder o campeonato. Torça para vários, um certamente será campeão.
Pare de implicar com sua sogra e no aniversário dela dê um presente especial. Mil balões de festa amarrados nunca cadeirinha flutuante para um test drive.
Acabe com a sensação desagradável que sua barriga está aumentando. Compre cintos maiores.
Deixe de se aborrecer com sua esposa reclamando porque você está vendo futebol de novo na TV. Dê o controle remoto para ela e vá assistir no bar com os amigos.
Resolva a apurrinhação dos telemarktings. Quando pedirem para falar com você diga que já morreu e que a voz é apenas uma gravação deixada na secretaria eletrônica.
Esqueça a correria ditada no dia-a-dia e a aquela sensação de estar sempre atrasado. Tire a pilha do seu relógio e esqueça disso também.
Evite a dor de cabeça de ver seu time perder o campeonato. Torça para vários, um certamente será campeão.
Pare de implicar com sua sogra e no aniversário dela dê um presente especial. Mil balões de festa amarrados nunca cadeirinha flutuante para um test drive.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Os fora de série
Como diz o ditado: “o Brasil tem quase 200 milhões de técnicos de futebol “. Exageros à parte, cada torcedor é um técnico do seu time. Quer ver tal jogador contratado, outros tantos dispensados, tem seu esquema e escalação para cada jogo e fica gritando com o time durante o jogo: “abre, marca, aperta, joga pela direita, esquerda, descentraliza”, e muitos outros comandos típicos de um técnico.
Com o início dos campeonatos brasileiros, séries A e B, 40 times considerados os melhores do país iniciaram a disputa pelas duas taças. Com eles 40 técnicos mostrando seus esquemas e competência. Mas, diante de tantos “técnicos” será que o Brasil tem realmente profissionais “fora de série” para comandar times e até a seleção?
O Blog resolveu fazer uma consulta aos leitores sobre o assunto. Comente quem são técnicos “fora de série” e porquê. Ajude o Bloguesia a eleger os diferenciados do Brasil.
Como colaboração, o Blog vai logo escolhendo três “fora de série” :
Joel Santana (recém contratado pela seleção da África do Sul) – é um “fora de série” pelo uso de sua prancheta de anotações. Já que não sabe nada de futebol, Joel usa a prancheta para anotar as dicas da torcida e não esquecer o que deve mudar no time no segundo tempo.
Wanderlei Luxemburgo (Palmeiras) - “fora de séria” porque não é técnico de futebol e sim um profissional de psicologia, motivador, palestrante de auto-estima (se veste como um) e por sempre achar que o árbitro errou quando seu time perde.
Antônio Lopes (Vasco) – conhece tanto de futebol quanto um bispo de macumba, candomblé e orixás, aliás, temas que ele deve entender bem pela quantidade de superstições que leva para a lateral do campo.
Bom, nesse começo de brasileirão o Bloguesia já fez a sua parte para achar o técnico “fora de série”.
Com o início dos campeonatos brasileiros, séries A e B, 40 times considerados os melhores do país iniciaram a disputa pelas duas taças. Com eles 40 técnicos mostrando seus esquemas e competência. Mas, diante de tantos “técnicos” será que o Brasil tem realmente profissionais “fora de série” para comandar times e até a seleção?
O Blog resolveu fazer uma consulta aos leitores sobre o assunto. Comente quem são técnicos “fora de série” e porquê. Ajude o Bloguesia a eleger os diferenciados do Brasil.
Como colaboração, o Blog vai logo escolhendo três “fora de série” :
Joel Santana (recém contratado pela seleção da África do Sul) – é um “fora de série” pelo uso de sua prancheta de anotações. Já que não sabe nada de futebol, Joel usa a prancheta para anotar as dicas da torcida e não esquecer o que deve mudar no time no segundo tempo.
Wanderlei Luxemburgo (Palmeiras) - “fora de séria” porque não é técnico de futebol e sim um profissional de psicologia, motivador, palestrante de auto-estima (se veste como um) e por sempre achar que o árbitro errou quando seu time perde.
Antônio Lopes (Vasco) – conhece tanto de futebol quanto um bispo de macumba, candomblé e orixás, aliás, temas que ele deve entender bem pela quantidade de superstições que leva para a lateral do campo.
Bom, nesse começo de brasileirão o Bloguesia já fez a sua parte para achar o técnico “fora de série”.
Colabore deixando seu comentário.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Licença poética
Matéria da semana
sábado, 3 de maio de 2008
Do envelhecer
terça-feira, 29 de abril de 2008
Fábula moderna do poder
Deus queria fazer modificações na relação céu e inferno e mandou chamar o diabo para uma reunião. O diabo de saco cheio com as intermináveis reuniões de deus, que resolveu imitar Lula por ver nele alguém a sua imagem e semelhança, mandou o seu chefe de gabinete como representante. Ao chegar à mesa de negociações e apresentar-se, o subalterno do diabo irritou profundamente a deus. Sentindo-se ultrajado em seu poder de mandar e desmandar, deus resolveu punir o diabo. Levou o representante de lúcifer para assessorá-lo no céu.
MORAL DA HISTÓRIA – Você sempre ganha algo quando está no lugar do chefe.
MORAL DA HISTÓRIA – Você sempre ganha algo quando está no lugar do chefe.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Sem rancho; por amor à Ilha
A neblina baixa me impede
Ver a cidade
A neblina baixa me pede
Imaginar
A neblina densa me sufoca
Excesso de ar
A neblina que pesa me foca
No navegar
A neblina enfumaça
Embaça
A neblina me passa
Abraça
A Ilha em imaginário
Sonhada
A Ilha fora do armário
Reencontrada
Ver a cidade
A neblina baixa me pede
Imaginar
A neblina densa me sufoca
Excesso de ar
A neblina que pesa me foca
No navegar
A neblina enfumaça
Embaça
A neblina me passa
Abraça
A Ilha em imaginário
Sonhada
A Ilha fora do armário
Reencontrada
sábado, 26 de abril de 2008
Você é nomofóbico?
A modernidade exige uma adaptação morfológica da língua que transcende os idiomas. Aliás, sempre se fez isso, mas agora as explicações são menos acadêmicas. Pergunte a um catedrático em língua portuguesa o que é um nomofóbico? Se ele não estiver “plugado” no mundo moderno, ou melhor, contemporâneo, a morfologia de tal palavra escapará ao conhecimento. Fobia é fácil. Mas o quê é “nomo”?
“Nomo” é uma abreviação inglesa de “no mobile”, ou, literalmente, sem celular. Juntando a corruptela ao mais puro latim “phobia”, a contemporaneidade cria o termo “nomofóbico”, ou, ao pé da letra, mais ou menos, que tem pavor de ficar sem celular. Abaixo, dez perguntas básicas do blog para saber se você é ou não um "nomofóbico”.
Responda honestamente. Você está só e sem espelho.
1- Sente a mão suar quando descobre que esqueceu o celular?
2- Atende dirigindo, afinal se é uma comunicação móvel é para automóvel?
3- Tocam juntos o telefone com fio e o celular e você atende primeiro o celular?
4- Não consegue mais atender o telefone com fio porque não dá pra ficar andando de um lado para o outro?
5- Fica nervoso quando vê que a bateria está para terminar?
6- Entra em pânico quando está numa ligação e ouve o bip da bateria?
7- Carrega o celular sempre junto do corpo com medo que toque e não dê tempo de atender?
8- Escreve melhor e mais rápido no teclado do celular para enviar mensagens do que no computador?
9- Vive ligando para a operadora para ver se ainda tem créditos suficientes no pré-pago?
10- Tem sempre dois celulares e de operadoras diferentes com medo que um fique fora da área?
Se você respondeu sim a qualquer das perguntas, procure urgentemente a sua operadora de celular e mude seu plano para mais minutos. Você é dependente.
“Nomo” é uma abreviação inglesa de “no mobile”, ou, literalmente, sem celular. Juntando a corruptela ao mais puro latim “phobia”, a contemporaneidade cria o termo “nomofóbico”, ou, ao pé da letra, mais ou menos, que tem pavor de ficar sem celular. Abaixo, dez perguntas básicas do blog para saber se você é ou não um "nomofóbico”.
Responda honestamente. Você está só e sem espelho.
1- Sente a mão suar quando descobre que esqueceu o celular?
2- Atende dirigindo, afinal se é uma comunicação móvel é para automóvel?
3- Tocam juntos o telefone com fio e o celular e você atende primeiro o celular?
4- Não consegue mais atender o telefone com fio porque não dá pra ficar andando de um lado para o outro?
5- Fica nervoso quando vê que a bateria está para terminar?
6- Entra em pânico quando está numa ligação e ouve o bip da bateria?
7- Carrega o celular sempre junto do corpo com medo que toque e não dê tempo de atender?
8- Escreve melhor e mais rápido no teclado do celular para enviar mensagens do que no computador?
9- Vive ligando para a operadora para ver se ainda tem créditos suficientes no pré-pago?
10- Tem sempre dois celulares e de operadoras diferentes com medo que um fique fora da área?
Se você respondeu sim a qualquer das perguntas, procure urgentemente a sua operadora de celular e mude seu plano para mais minutos. Você é dependente.
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Homem moderno
Marido em frente ao aparelho de televisão ouve da mulher:
- Querido vamos sair essa semana para jantar fora?
- Claro, vamos sim. Faz tempo que não saímos. É só escolher o dia.
- Que tal na terça?
- Não dá, amor. Terça-feira tem jogo da libertadores no 139.
- Então na quarta?
- Se tá brincando? Quarta-feira meu time joga, passa no 300.
- Tá bom ... pode ser quinta?
- Poxa, na quinta queria assistir o campeonato daqui, afinal estou pagando.
- Sexta?
- Nada feito. Na sexta passa o replay da conquista do mundial no 123.
- Então, esquece. Vamos ao shopping no sábado?
- Nem morto. Trocar meu futebol pelo shopping. Vai você, amor.
- Já sei. Já sei. Domingo e sagrado.
- Isso mesmo, dia de ir ao estádio. Aprendeu, né.
- Então pode ser na próxima segunda?
- Segunda nunca. Segunda é o dia da pelada com os amigos.
- Desisto, vou pedir a separação.
- Você vive dizendo que tenho que fazer exercício para perder a barriga da cerveja e fica toda emburrada porque na segunda-feira vou jogar futebol com os amigos. Não da mesmo pra entender as mulheres. Quem desiste sou eu.
- Querido vamos sair essa semana para jantar fora?
- Claro, vamos sim. Faz tempo que não saímos. É só escolher o dia.
- Que tal na terça?
- Não dá, amor. Terça-feira tem jogo da libertadores no 139.
- Então na quarta?
- Se tá brincando? Quarta-feira meu time joga, passa no 300.
- Tá bom ... pode ser quinta?
- Poxa, na quinta queria assistir o campeonato daqui, afinal estou pagando.
- Sexta?
- Nada feito. Na sexta passa o replay da conquista do mundial no 123.
- Então, esquece. Vamos ao shopping no sábado?
- Nem morto. Trocar meu futebol pelo shopping. Vai você, amor.
- Já sei. Já sei. Domingo e sagrado.
- Isso mesmo, dia de ir ao estádio. Aprendeu, né.
- Então pode ser na próxima segunda?
- Segunda nunca. Segunda é o dia da pelada com os amigos.
- Desisto, vou pedir a separação.
- Você vive dizendo que tenho que fazer exercício para perder a barriga da cerveja e fica toda emburrada porque na segunda-feira vou jogar futebol com os amigos. Não da mesmo pra entender as mulheres. Quem desiste sou eu.
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Modernidade
Inventaram o chip do celular
Pra que não te roubem
Criaram a frente falsa do som
Pra que não te roubem
Desenvolveram alarmes de carros
Pra que não te roubem
Buscaram sistema de criptografia
Pra que não te roubem
Aperfeiçoaram a democracia
Pra que não te roubem
Mas eles te roubam
O tempo
Pra que não te roubem
Criaram a frente falsa do som
Pra que não te roubem
Desenvolveram alarmes de carros
Pra que não te roubem
Buscaram sistema de criptografia
Pra que não te roubem
Aperfeiçoaram a democracia
Pra que não te roubem
Mas eles te roubam
O tempo
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Somos futebolômanos
Dizer que o homem brasileiro é viciado em futebol é de uma obviedade colegial. Mas digo mais: é um vício sem tratamento e estimulado desde que nasce. Pai que é pai compra o uniforme do seu time para o filho homem antes do primeiro ano de vida. Se duvidar, antes do primeiro mês. Começou o vício. Mais que argentinos, franceses, alemães, italianos e ingleses, os inventores das regras do futebol, mas esses inventam regras para tudo, o brasileiro assume o vício pelo “esporte bretão” e não quer nem ouvir falar em tratamento.
Talvez a explicação por essa “paixão” esteja na memória atávica. O futebol é como se fosse uma batalha, uma luta entre tribos que substituiu os embates ancestrais. Analisando o jogo, o futebol é sempre com muito contato físico, correria, marcação corporal e busca de espaço. Às vezes, extrapola o campo de batalha e se espalha para os assistentes, virando mesmo uma batalha entre torcedores.
Nessa situação, o atávico extrapola o lúdico e vira real, mas não é a regra. Futebol e dentro de campo. O objetivo principal do jogo, levar a bola para dentro do gol do adversário, é a verdadeira conquista de território, deixando o inimigo caído no campo de batalha, olhando a vitória momentânea do outro.
Pense nos times de futebol. São exércitos de onze homens, uniformizados, com um brasão no peito e defendendo uma bandeira e as cores escolhidas. Como uma nação, cada um tem seu hino que é entoado pelo torcedor apaixonado. Fora do campo, os torcedores com suas bandeiras e ”gritos de guerra” incentivam os “heróis da batalha” para a conquista. Não é apenas um jogo de 90 minutos, é uma conquista sobre o time rival, a derrota do inimigo imaginário.
Se o homem brasileiro é viciado por futebol, e isso já sabemos, com a transmissão do esporte pelas televisões a cabo esse vício saiu do consumo socialmente aceito das quartas-feiras e domingos, para uma “chapação” diária dentro de casa. Para o viciado, tem jogo todo dia. Tem droga sempre e ao alcance do controle remoto.
Na sagrada hora do jogo não há mais família, não há filhos, esposa ou qualquer outra coisa a não ser a liberação da memória ancestral das batalhas, da adrenalina, do lúdico, da luta imaginária. E por pior que seja a “pelada”, libera a química do cérebro que leva ao êxtase, transformando o homem comum num “futebolômano”.
Talvez a explicação por essa “paixão” esteja na memória atávica. O futebol é como se fosse uma batalha, uma luta entre tribos que substituiu os embates ancestrais. Analisando o jogo, o futebol é sempre com muito contato físico, correria, marcação corporal e busca de espaço. Às vezes, extrapola o campo de batalha e se espalha para os assistentes, virando mesmo uma batalha entre torcedores.
Nessa situação, o atávico extrapola o lúdico e vira real, mas não é a regra. Futebol e dentro de campo. O objetivo principal do jogo, levar a bola para dentro do gol do adversário, é a verdadeira conquista de território, deixando o inimigo caído no campo de batalha, olhando a vitória momentânea do outro.
Pense nos times de futebol. São exércitos de onze homens, uniformizados, com um brasão no peito e defendendo uma bandeira e as cores escolhidas. Como uma nação, cada um tem seu hino que é entoado pelo torcedor apaixonado. Fora do campo, os torcedores com suas bandeiras e ”gritos de guerra” incentivam os “heróis da batalha” para a conquista. Não é apenas um jogo de 90 minutos, é uma conquista sobre o time rival, a derrota do inimigo imaginário.
Se o homem brasileiro é viciado por futebol, e isso já sabemos, com a transmissão do esporte pelas televisões a cabo esse vício saiu do consumo socialmente aceito das quartas-feiras e domingos, para uma “chapação” diária dentro de casa. Para o viciado, tem jogo todo dia. Tem droga sempre e ao alcance do controle remoto.
Na sagrada hora do jogo não há mais família, não há filhos, esposa ou qualquer outra coisa a não ser a liberação da memória ancestral das batalhas, da adrenalina, do lúdico, da luta imaginária. E por pior que seja a “pelada”, libera a química do cérebro que leva ao êxtase, transformando o homem comum num “futebolômano”.
terça-feira, 22 de abril de 2008
segunda-feira, 21 de abril de 2008
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Que o Direito seja pelo direito
Os arquitetos da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), sob a chancela do sub-procurador Geral da República, Cláudio Fonteles, que desde 2005 quer impedir a pesquisa com células-tronco embrionárias no Brasil através de ação no STF, já concluíram o modelo de acesso dos portadores de necessidades especiais às igrejas do país (ver esboço abaixo). Os equipamentos devem começar a ser implantados assim que o STF vote pela inconstitucionalidade do artigo 5 da Lei de Biossegurança. Atualmente a votação está parada por pedido de vistas do ministro Carlos Alberto Menezes Direito. Só cabe esperar que o ministro vote pelas vidas de milhares de pessoas que podem ser salvas com as pesquisas. Que vote DIREITO.
Pela liberação imediata das pesquisas com células-tronco embrionárias para que muitos não tenham que, a cada acordar, pensar esse cadafalso.
domingo, 13 de abril de 2008
Sobre frases e beijos
sábado, 12 de abril de 2008
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Envelhecida
domingo, 6 de abril de 2008
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Deu na imprensa
Ainda sobre a questão do direito de fazer pesquisa com célula-tronco embrionária, que está parado no STF, não podemos calar e deixar que nos calem.
Pela liberação imediata da pesquisa com célula-tronco embrionária no Brasil.
A favor da VIDA.
03 de abril de 2008
Diário do Leitor - Jornal Diário Catarinense
Células-tronco
Mesmo ainda tendo que derrubar barreiras arquitetônicas e físicas para terem direito à dignidade humana, os portadores de necessidades especiais têm que lutar contra as barreiras dogmáticas defendidas por uma parcela da Igreja na questão do uso de células-tronco embrionárias em pesquisas científicas. A situação é parecida com o Brasil Colônia, quando a Igreja convertia índios e negros, mas não permitia que os recém-batizados assistissem às missas. Como naquela época, tudo é uma questão econômica, em que a fé e a vida são usadas para defender interesses. No caso das pesquisas com célula-tronco embrionária, já feitas há anos em vários países, quem estará pagando para atrasar nossa pesquisa?
Francisco Kuneski
Jornalista - Florianópolis
terça-feira, 1 de abril de 2008
Egomotricidade
terça-feira, 25 de março de 2008
Poema para a musa
Olho a lua que me atordoa
cheia, insinuante, só num instante
ela me olha e se atordoa
estático, vazio, só num intante
olho a lua e a imagino expodo-se para outro
espelhando-se no mar para me provocar ciumes
olho a lua e ela me olha
sabemos dos nossos feitiços
mas, ela fica com o espelho;
eu fico só, com o vício
domingo, 23 de março de 2008
Floripa sempre
Nasceu com nome da Senhora
Mesmo sendo a dos degredados
Como era comum naquela hora
Onde os homens eram soldados
Virou lugar dos despatriados
Até no nome, que foi Desterro
Terra destinada para o enterro
Daqueles há muito deserdados
Mas terra bela, inigualável
De um viver inevitável
Para se morrer em adoração
Viveu do povo; largou o luto
Na qualidade de uma vida
E de desterro; se fez reduto
Minha homenagem à terra que me acolheu e onde quero completar meu ciclo.
Mesmo sendo a dos degredados
Como era comum naquela hora
Onde os homens eram soldados
Virou lugar dos despatriados
Até no nome, que foi Desterro
Terra destinada para o enterro
Daqueles há muito deserdados
Mas terra bela, inigualável
De um viver inevitável
Para se morrer em adoração
Viveu do povo; largou o luto
Na qualidade de uma vida
E de desterro; se fez reduto
Minha homenagem à terra que me acolheu e onde quero completar meu ciclo.
sexta-feira, 21 de março de 2008
quinta-feira, 20 de março de 2008
terça-feira, 18 de março de 2008
domingo, 16 de março de 2008
Amigos
Amigo, é coisa pra não se guardar
É pra se exibir
É pra se anunciar
Amigo, é pra se ver
Pra se ter
Pra se preservar
Amigo, é pra se manter
A cada custo
Custe o que custar
Amigo, é pra quebrar conceitos
E, no refeito,
Se reinventar
Amigo, é amigo
O antigo, o recém feito,
É pra se amigar
No dia dos meus 45 anos um presente para todos os amigos que fiz em minha vida. E uma mostra para os que ainda farei.
É pra se exibir
É pra se anunciar
Amigo, é pra se ver
Pra se ter
Pra se preservar
Amigo, é pra se manter
A cada custo
Custe o que custar
Amigo, é pra quebrar conceitos
E, no refeito,
Se reinventar
Amigo, é amigo
O antigo, o recém feito,
É pra se amigar
No dia dos meus 45 anos um presente para todos os amigos que fiz em minha vida. E uma mostra para os que ainda farei.
quarta-feira, 12 de março de 2008
terça-feira, 4 de março de 2008
Célula inquisitória
Pesquisa realizada nacionalmente pelo IBOPE mostra que 95% dos brasileiros (95% dos católicos e 94% dos evangélicos entrevistados) são a favor do uso de células-tronco embrionárias.
O dado nos faz, no mínimo, questionar a legitimidade da Igreja católica em opor-se a mais esse progresso da ciência a favor da vida. Se 95% dos católicos se dizem interessados na liberação das pesquisas, opondo-se a ela o alto clero não representa a vontade de seus fiéis. Logo, o pleito da Igreja passa a não ter representatividade moral.
O dogmatismo de um setor da sociedade, que não representa nem mais a vontade de quem o segue, pode levar o Brasil e os brasileiros ao obscurantismo, impingindo à nossa pesquisa científica e aos portadores de deficiências, que serão os beneficiados diretos dela, uma nova inquisição
O dado nos faz, no mínimo, questionar a legitimidade da Igreja católica em opor-se a mais esse progresso da ciência a favor da vida. Se 95% dos católicos se dizem interessados na liberação das pesquisas, opondo-se a ela o alto clero não representa a vontade de seus fiéis. Logo, o pleito da Igreja passa a não ter representatividade moral.
O dogmatismo de um setor da sociedade, que não representa nem mais a vontade de quem o segue, pode levar o Brasil e os brasileiros ao obscurantismo, impingindo à nossa pesquisa científica e aos portadores de deficiências, que serão os beneficiados diretos dela, uma nova inquisição
sábado, 1 de março de 2008
Considerações sobre a célula tronco
Porque a vida é deus.
Que criou o homem a sua imagem e semelhança.
E a ciência é o homem.
Se, deus criou o homem a sua imagem e semelhança,
A ciência é de deus.
A não ser que os homens de preto não o queiram.
Os batinados e os togados.
Enviem essa mensagem para todos os Ministros do Supremo Tribunal Federal, Padres, Bispos, Arcebispos, até para o papa, para que o Brasil não caia na inquisição da ciência em pleno 2008.
Que criou o homem a sua imagem e semelhança.
E a ciência é o homem.
Se, deus criou o homem a sua imagem e semelhança,
A ciência é de deus.
A não ser que os homens de preto não o queiram.
Os batinados e os togados.
Enviem essa mensagem para todos os Ministros do Supremo Tribunal Federal, Padres, Bispos, Arcebispos, até para o papa, para que o Brasil não caia na inquisição da ciência em pleno 2008.
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Estranha alvorada
domingo, 24 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Na madrugada
Bebi teu absinto
Amigo
Bebi a dor que sinto
Contigo
Bebemos juntos
Ressuscitados
Em bálsamo
Bem reservados
Teimosos
Reencontrando
O prazer perdido
Revigorados defuntos
Bem acordados
Amigo
Bebi a dor que sinto
Contigo
Bebemos juntos
Ressuscitados
Em bálsamo
Bem reservados
Teimosos
Reencontrando
O prazer perdido
Revigorados defuntos
Bem acordados
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Sobre a moda
O decote, no peito,
forma um V
pra não ver;
mas pra mostrar
esconde o suficiente
pra atiçar
realça sem alça
e assim...
alça a tentação
escondida
no vão
no não
do VER
forma um V
pra não ver;
mas pra mostrar
esconde o suficiente
pra atiçar
realça sem alça
e assim...
alça a tentação
escondida
no vão
no não
do VER
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Ah! É Edmundo?
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
domingo, 10 de fevereiro de 2008
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Inversão
Chove uma chuva sem sentido
Chuva sem nexo
Chuva sem vestido
Chuva sem calças
Chovendo sem sexo
Água de verão em inverno
Assexuando as roupas
Molhando,
Transparecendo,
Mostrando
Corpos na chuva
Frios eriçados
Moldados
Tecendo
Em pleno inverno
Desejos quentes
Desperdiçados.
Chuva sem nexo
Chuva sem vestido
Chuva sem calças
Chovendo sem sexo
Água de verão em inverno
Assexuando as roupas
Molhando,
Transparecendo,
Mostrando
Corpos na chuva
Frios eriçados
Moldados
Tecendo
Em pleno inverno
Desejos quentes
Desperdiçados.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
domingo, 27 de janeiro de 2008
sábado, 26 de janeiro de 2008
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Exumando Exu
O bêbado já fazia parte do mobiliário do bar, sempre sentado na mesma cadeira de costas para a parede dos fundos e de frente para uma das duas entradas do casarão. Nunca se dá as costas para a entrada de um bar, ensinava quando mexiam com sua arraigada posição diária. Com o olhar perdido na porta, que dava vista privilegiada para uma igreja evangélica do outro lado da rua, passava as tardes embalado pelo copo de cachaça amarela.
O primeiro gole era tomado como um remédio que aplacava a tremedeira abstêmia do início do dia. Depois, sorvia a bebida com um prazer que às vezes dava gosto observar. Claro que o corpo já precisava da quantidade diária de álcool, mas havia um prazer confesso em beber a água ardente. Repetia sempre o mesmo ritual. Copo a copo. Pegava cheio, levantava. Ficava alguns segundos olhando com o copo erguido para a prateleira das garrafas, como a proferir uma reza baixa, e tomava o primeiro gole.
Sempre ao final da tarde escolhia alguém do bar, que podia ser outro bêbado, o atendente ou até mesmo o proprietário, olhava fixamente para a vitima através do copo cheio de pinga e, depois de um grande gole, maior que os tomados normalmente, começava a adivinhar o passado ou o futuro do eleito. “Recebo o santo”, dizia calmamente, “tenho o poder da premonição”. Como uma autêntica cigana começava pelo passado, falando coisas que se encaixariam dentro de qualquer vida que freqüentava o bar. Alguns se deixavam levar e confirmavam a adivinhação. Estavam presos na armadilha.
Aproveitava-se do bom ouvido para revelar segredos que qualquer pessoa mais a atenta ouviria nas conversas alcoolizadas das mesas. Mas as palavras eram bem postas, firmes. Sempre assertivas para hipnotizar o seu ouvinte, já maravilhado com o que ele sabia do passado. Alguns se encantavam com as palavras trôpegas da cachaça que contavam coisas sabidas. Quando sentia o convencimento, passava a falar do futuro. Sempre nebuloso e nada claro. Vago o suficiente para ser possível.
Às vezes parava de falar. Olhava fixamente para a igreja da outra esquina, levantava o copo e soltava uma previsão bombástica. Meneava ligeiramente a cabeça, olhava para a prateleira onde sobressaia uma garrafa com rótulo preto e três grandes letras vermelhas: “EXU”. Ria alto, olhava para o copo e calava.
O primeiro gole era tomado como um remédio que aplacava a tremedeira abstêmia do início do dia. Depois, sorvia a bebida com um prazer que às vezes dava gosto observar. Claro que o corpo já precisava da quantidade diária de álcool, mas havia um prazer confesso em beber a água ardente. Repetia sempre o mesmo ritual. Copo a copo. Pegava cheio, levantava. Ficava alguns segundos olhando com o copo erguido para a prateleira das garrafas, como a proferir uma reza baixa, e tomava o primeiro gole.
Sempre ao final da tarde escolhia alguém do bar, que podia ser outro bêbado, o atendente ou até mesmo o proprietário, olhava fixamente para a vitima através do copo cheio de pinga e, depois de um grande gole, maior que os tomados normalmente, começava a adivinhar o passado ou o futuro do eleito. “Recebo o santo”, dizia calmamente, “tenho o poder da premonição”. Como uma autêntica cigana começava pelo passado, falando coisas que se encaixariam dentro de qualquer vida que freqüentava o bar. Alguns se deixavam levar e confirmavam a adivinhação. Estavam presos na armadilha.
Aproveitava-se do bom ouvido para revelar segredos que qualquer pessoa mais a atenta ouviria nas conversas alcoolizadas das mesas. Mas as palavras eram bem postas, firmes. Sempre assertivas para hipnotizar o seu ouvinte, já maravilhado com o que ele sabia do passado. Alguns se encantavam com as palavras trôpegas da cachaça que contavam coisas sabidas. Quando sentia o convencimento, passava a falar do futuro. Sempre nebuloso e nada claro. Vago o suficiente para ser possível.
Às vezes parava de falar. Olhava fixamente para a igreja da outra esquina, levantava o copo e soltava uma previsão bombástica. Meneava ligeiramente a cabeça, olhava para a prateleira onde sobressaia uma garrafa com rótulo preto e três grandes letras vermelhas: “EXU”. Ria alto, olhava para o copo e calava.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
O 171 da ministra do Lula
Clique na foto para ler a íntegra do editorial e saber a esbórdia que fazem com nossos impostos.
O editorial acima é da revista IstoÉ, edição de 23 de janeiro de 2008, assinado pelo jornalista Carlos José Marques.
Estelionato
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.
O editorial acima é da revista IstoÉ, edição de 23 de janeiro de 2008, assinado pelo jornalista Carlos José Marques.
Estelionato
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.
Só para pensar, leitor: Apenas uma coincidência?
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Workaholic
Fim de domingo
Eu dormido e...
Ele indo
Passando, sono lento,
Sem momento
Como tudo na televisão
Lamentando, preguiçoso,
O arrastado chegar,
Demorado,
Das derradeiras horas
Que maltratam, relembrando,
Por perdidas no descansaço
Como buscando a vingança
Torturando, mecanicamente,
Segundo a segundo
Esticando a agonia
Vazia
De mais uma noite de domingo
Insolentemente, insone.
Eu dormido e...
Ele indo
Passando, sono lento,
Sem momento
Como tudo na televisão
Lamentando, preguiçoso,
O arrastado chegar,
Demorado,
Das derradeiras horas
Que maltratam, relembrando,
Por perdidas no descansaço
Como buscando a vingança
Torturando, mecanicamente,
Segundo a segundo
Esticando a agonia
Vazia
De mais uma noite de domingo
Insolentemente, insone.
sábado, 19 de janeiro de 2008
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Uma imagem do verão
As pás giravam lentas
Sonolentas
Como uma tarde de verão
Giravam no inverso das vidas
Suarentas
Como uma tarde de verão
Giravam solitárias
Sem vento
Como uma tarde de verão
Giravam imaginárias
Brisa menta
Como uma tarde de verão
Sonolentas
Como uma tarde de verão
Giravam no inverso das vidas
Suarentas
Como uma tarde de verão
Giravam solitárias
Sem vento
Como uma tarde de verão
Giravam imaginárias
Brisa menta
Como uma tarde de verão
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Não antes das nove
Alguma vez ao sair de casa bem cedo você se deu conta do mau-humor das pessoas que são obrigadas a acordar bem cedo por diversos motivos? É mais provável que não, até porque o seu mau-humor dificilmente permitira tanta observação. Mas amanhã, se precisar voltar a acordar cedinho, com sono e com aquela vontade de continuar no quente da cama, se olhe no espelho e prometa:
- Hoje vou observar se só eu detesto madrugar.
Logo pela manhã, os motoristas parecem mais estressados no trânsito. E estão mesmo. A maioria ainda não se livrou da sensação da perda de minutos de sono e dirige meio no “piloto automático”, zonzeando. Qualquer freada mais brusca é o suficiente para externar o mau-humor matinal, esbravejando contra os outros o sono não cumprido. Para piorar, normalmente os motivos de estar ali naquela hora são os barulhentos filhos, esses sempre bem acordados, que precisam chegar mais cedo ao colégio, ou um compromisso marcado pelo chefe. Até mesmo quando a rotina da hora de chegar no serviço está estabelecida, a rabugice matinal é inevitável.
No transporte urbano o problema se agrava. Como não ficar de mau-humor depois de acordar cedo, ainda com sono por dormir, se a condução atrasa, passa lotada ou obriga a viajar empacotado. Mesmo assim, tente, olhe para os passageiros em sua volta. A maioria de cara amarrada ou “dormindo em pé”, tentando recuperar os minutos de sono perdidos. Uma curva mais ousada por parte do motorista, provavelmente tão mal-humorado quanto todos os passageiros pelo eterno exercício de madrugar, e a lotação se transforma num dicionário de xingamento.
Mas esqueçamos o estresse do trânsito e vamos caminhar. Se conseguir, mantenha os olhos bem abertos e observe as caras das pessoas com quem cruza. É bom apenas tomar o cuidado de não olhar diretamente, o outro pode achar a cara feia que vê no seu azar de ter que acordar cedo um motivo para extravasar o próprio mau-humor de também ter.
Acho que não existe um estudo sério sobre o assunto, acho mesmo que não exista estudo sério no Brasil, ou talvez nem a seriedade exista, a não ser do indefectível mau-humor matinal, mas use o seu senso comum, seu poder de observação e constate: as pessoas não são felizes logo pela manhã.
Acordar cedo, definitivamente, não combina com o homem moderno. Não é civilizado começar o dia antes das nove da manhã.
- Hoje vou observar se só eu detesto madrugar.
Logo pela manhã, os motoristas parecem mais estressados no trânsito. E estão mesmo. A maioria ainda não se livrou da sensação da perda de minutos de sono e dirige meio no “piloto automático”, zonzeando. Qualquer freada mais brusca é o suficiente para externar o mau-humor matinal, esbravejando contra os outros o sono não cumprido. Para piorar, normalmente os motivos de estar ali naquela hora são os barulhentos filhos, esses sempre bem acordados, que precisam chegar mais cedo ao colégio, ou um compromisso marcado pelo chefe. Até mesmo quando a rotina da hora de chegar no serviço está estabelecida, a rabugice matinal é inevitável.
No transporte urbano o problema se agrava. Como não ficar de mau-humor depois de acordar cedo, ainda com sono por dormir, se a condução atrasa, passa lotada ou obriga a viajar empacotado. Mesmo assim, tente, olhe para os passageiros em sua volta. A maioria de cara amarrada ou “dormindo em pé”, tentando recuperar os minutos de sono perdidos. Uma curva mais ousada por parte do motorista, provavelmente tão mal-humorado quanto todos os passageiros pelo eterno exercício de madrugar, e a lotação se transforma num dicionário de xingamento.
Mas esqueçamos o estresse do trânsito e vamos caminhar. Se conseguir, mantenha os olhos bem abertos e observe as caras das pessoas com quem cruza. É bom apenas tomar o cuidado de não olhar diretamente, o outro pode achar a cara feia que vê no seu azar de ter que acordar cedo um motivo para extravasar o próprio mau-humor de também ter.
Acho que não existe um estudo sério sobre o assunto, acho mesmo que não exista estudo sério no Brasil, ou talvez nem a seriedade exista, a não ser do indefectível mau-humor matinal, mas use o seu senso comum, seu poder de observação e constate: as pessoas não são felizes logo pela manhã.
Acordar cedo, definitivamente, não combina com o homem moderno. Não é civilizado começar o dia antes das nove da manhã.
domingo, 13 de janeiro de 2008
Carta da poesia ao poeta
O tesão já se foi
O prazer se esvai a cada tentativa
Desescrevemo-nos
O desejo mútuo se foi
Até eu já me fui
Sem nos darmos conta
Ambos fazemos de conta
Que ainda estou contigo
Mas,
Olha ao teu redor
Olha ao nosso redor
Vazio
Esquecido de tudo
Presta atenção nas palavras
Já não estamos mais juntos
Escrevemo-nos sempre iguais
Nos mesmos versos
Sem retruques, ou reversos,
Ou...
Reinventarmos
Presta atenção
Olha ao teu redor
Estamos quadrados
O prazer se esvai a cada tentativa
Desescrevemo-nos
O desejo mútuo se foi
Até eu já me fui
Sem nos darmos conta
Ambos fazemos de conta
Que ainda estou contigo
Mas,
Olha ao teu redor
Olha ao nosso redor
Vazio
Esquecido de tudo
Presta atenção nas palavras
Já não estamos mais juntos
Escrevemo-nos sempre iguais
Nos mesmos versos
Sem retruques, ou reversos,
Ou...
Reinventarmos
Presta atenção
Olha ao teu redor
Estamos quadrados
sábado, 12 de janeiro de 2008
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Soneto do novo
De certa forma
Mantive a fôrma
Disforme
Só pelo nome
Mantive a fôrma
Disforme
Só pelo nome
Escrevi exato
De fato
Pela metade
Até por maldade
De fato
Pela metade
Até por maldade
Ou por rebeldia
De um dia
Mudar a forma
De um dia
Mudar a forma
Ou por ignorância
De criança
De mudar a fôrma
De criança
De mudar a fôrma
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Os perigos do Orkut
Outro dia recebi um e-mail de uma amiga, podemos dizer que até íntima, me convidando para conhecer o Orkut dela. Confesso que, de princípio, a oferta me tentou muito, principalmente porque ela me explicou que muitos amigos já tinham entrando no seu Orkut e gostado. Ela me assegurava que era uma experiência divertida para eles e para ela.
Mas, como sempre tive um pé atrás com essas novidades cibernéticas e ainda posso me considerar um marinheiro de primeira viagem em Internet, resolvi saber mais sobre essa coisa de ficar entrando no Orkut. Respondi a mensagem indagando o que teria que fazer para entrar no dela. A resposta foi curta e grossa: basta abrir seu Orkut. O que para essa amiga era uma coisa fácil, para mim trouxe extrema inquietação... abrir meu Orkut?
Como não sou bobo nem nada, fiquei pensado nas implicações disso. A primeira coisa que me veio a mente foi aquela tribo de gigantes africanos. Sei que o continente não anda bem das pernas, mas certamente algum membro da tribo já deve ter Internet e Orkut. Suei frio. Já pensou? Simplesmente deixar meu Orkut ali à disposição do longo africano?
Até poderia ser que o africano não entrasse no meu Orkut, mas, com toda a certeza, no Japão, onde até cachorro tem computador, muitos “amarelos” iam acabar entrando. Tudo bem que o perigo seria imensamente menor, mas, mesmo assim, a repetição não deve ser nada agradável; apesar de minha amiga garantir que quanto mais entram no Orkut dela mais feliz ela termina seu dia. Tem gosto para tudo.
Ponderei com minha tela de LCD que isso já era paranóia minha e que pouco importava se alguém em outro continente entrasse no meu Orkut, pois nunca ficaria sabendo e ninguém me conheceria mesmo. Já estava cedendo à tentação de entrar no da minha amiga quando chegou um novo e-mail. Era dela. Estava especialmente feliz porque um amigo de infância, que ela não falava há mais de 30 anos, tinha entrado várias vezes naquele dia no seu Orkut. Que tinha sido uma experiência maravilhosa pros dois esse casual reencontro.
Desesperei-me no ato. Aí também já era demais. Amigo de infância entrar no meu Orkut? Isso não. Deletei o convite na hora, mesmo tentado, cada vez mais, a entrar no Orkut de minha amiga.
Como não sou bobo nem nada, fiquei pensado nas implicações disso. A primeira coisa que me veio a mente foi aquela tribo de gigantes africanos. Sei que o continente não anda bem das pernas, mas certamente algum membro da tribo já deve ter Internet e Orkut. Suei frio. Já pensou? Simplesmente deixar meu Orkut ali à disposição do longo africano?
Até poderia ser que o africano não entrasse no meu Orkut, mas, com toda a certeza, no Japão, onde até cachorro tem computador, muitos “amarelos” iam acabar entrando. Tudo bem que o perigo seria imensamente menor, mas, mesmo assim, a repetição não deve ser nada agradável; apesar de minha amiga garantir que quanto mais entram no Orkut dela mais feliz ela termina seu dia. Tem gosto para tudo.
Ponderei com minha tela de LCD que isso já era paranóia minha e que pouco importava se alguém em outro continente entrasse no meu Orkut, pois nunca ficaria sabendo e ninguém me conheceria mesmo. Já estava cedendo à tentação de entrar no da minha amiga quando chegou um novo e-mail. Era dela. Estava especialmente feliz porque um amigo de infância, que ela não falava há mais de 30 anos, tinha entrado várias vezes naquele dia no seu Orkut. Que tinha sido uma experiência maravilhosa pros dois esse casual reencontro.
Desesperei-me no ato. Aí também já era demais. Amigo de infância entrar no meu Orkut? Isso não. Deletei o convite na hora, mesmo tentado, cada vez mais, a entrar no Orkut de minha amiga.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
O mau-humor
O problema do humor
É o bom
É o bem
Que poucos têm
O problema do humor
É que irrita
O funerário no circo
Torcendo contra o trapezista
E a platéia
Desatenta e atéia
Gargalha da rede dos palhaços
É o bom
É o bem
Que poucos têm
O problema do humor
É que irrita
O funerário no circo
Torcendo contra o trapezista
E a platéia
Desatenta e atéia
Gargalha da rede dos palhaços
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
domingo, 6 de janeiro de 2008
Terceiro imundo
Todos pagam
Fiel e pagão
Todos ganham
Milhão ou tostão
Todos bancam
Fian an CIA m
Na contramão
Negociam
O corrimão
Ladroeira a baixo
Sub
Missão
Sobre o fato dos meios de comunicação dedicarem tanto tempo a cobertura das prévias americanas.
Fiel e pagão
Todos ganham
Milhão ou tostão
Todos bancam
Fian an CIA m
Na contramão
Negociam
O corrimão
Ladroeira a baixo
Sub
Missão
Sobre o fato dos meios de comunicação dedicarem tanto tempo a cobertura das prévias americanas.
sábado, 5 de janeiro de 2008
Sem créditos
Chegou em casa e a mulher possessa
Possessiva
O dia todo sem se falarem
Obsessiva
Tentou mostrar a culpa da telefonia
Não ativa
Ficou sem sinal
De ambas
Possessiva
O dia todo sem se falarem
Obsessiva
Tentou mostrar a culpa da telefonia
Não ativa
Ficou sem sinal
De ambas
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Fealdade
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
No bolso de quem?
Bolsa família
Fome no bolso
Avança no tempo
Invade a idade
Avança aos dezessete
Desigualdade
Atinge quem vota
Menor de idade
Bolsa família
Adolescente
Mudando o rumo
Do inocente
Para o cooptado
Coitado
Conivente
Conveniente
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou, a três dias do final de 2007, uma medida provisória (MP) que estende o programa Bolsa-Família para jovens de 15 a 17 anos, informou o jornal Folha de São Paulo. Mais 1,7 milhão de jovens, que votam, serão atingidos pela medida.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, disse que a decisão do governo corre o risco de ser julgada ilegal porque seria uma forma de disponibilizar recursos públicos, em forma de benefícios sociais, em prol da campanha de candidatos aliados ao governo federal.
Fome no bolso
Avança no tempo
Invade a idade
Avança aos dezessete
Desigualdade
Atinge quem vota
Menor de idade
Bolsa família
Adolescente
Mudando o rumo
Do inocente
Para o cooptado
Coitado
Conivente
Conveniente
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou, a três dias do final de 2007, uma medida provisória (MP) que estende o programa Bolsa-Família para jovens de 15 a 17 anos, informou o jornal Folha de São Paulo. Mais 1,7 milhão de jovens, que votam, serão atingidos pela medida.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, disse que a decisão do governo corre o risco de ser julgada ilegal porque seria uma forma de disponibilizar recursos públicos, em forma de benefícios sociais, em prol da campanha de candidatos aliados ao governo federal.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
O analfabeto
Quero ler-te em braile
Mas não o texto;
O não escrito
O não dito
As entrelinhas
Quero ler-te em braile
As marcações
Os rodapés
Os adendos
Os asteriscos
Quero ler-te em braile
Sem tocar símbolos
Tateando sonhos
Buscando o suave
Do papel ainda virgem
Mas não o texto;
O não escrito
O não dito
As entrelinhas
Quero ler-te em braile
As marcações
Os rodapés
Os adendos
Os asteriscos
Quero ler-te em braile
Sem tocar símbolos
Tateando sonhos
Buscando o suave
Do papel ainda virgem
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
Analógico
Assinar:
Postagens (Atom)
Empáfia argentina e enganação
Chiko Kuneski Existe uma piada da época em que não havia o politicamente correto que diz: “o melhor negócio do mundo é comprar um argent...
-
Amigo, é coisa pra não se guardar É pra se exibir É pra se anunciar Amigo, é pra se ver Pra se ter Pra se preservar Amigo, é pra se manter A...
-
A liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias numa votação história do Supremo Tribunal Federal tirou o Brasil do passado para i...
-
Pesquisas científicas e de renomados nomes da medicina já comprovaram que a ingestão de um cálice de vinho às refeições reduz sensivelmente ...